O futuro aponta para um departamento de TI formado por profissionais cada vez menos refém das tecnologias, focados em adquirir conhecimento, colaborar e satisfazer os usuários internos e externos
Com a evolução constante das aplicações de recursos de TI e a chegada de novas tecnologias em um ritmo alucinante, como um profissional deveria desenvolver um plano que garanta o sucesso não apenas para os próximos doze meses, mas para um futuro muito mais longínquo?
O segredo será focar menos em identificar e adquirir novas habilidades e experiência técnica – ok, isso continua sendo importante – e passar a dar ênfase a um modelo de pensamento mais holístico e sistêmico. Pelo menos essa é a opinião de Cory Chaplin, diretora de tecnologia na consultoria West Monroe Partner.
“Não há uma bola de cristal que pode dizer isso com precisão quais as habilidades e tecnologias serão as mais quentes nos próximos meses, anos, etc. Porém, há algumas coisas passíveis de serem previstas. Vemos demandas e necessidades se expandindo. Clientes não olham mais para talentos extremamente especializados, mas para profissionais de TI capazes de enxergar uma solução completa, além de produto, ferramenta ou linguagem”, reforça.
Isso significa, por exemplo que um desenvolvedor focado em soluções de mobilidade precisará saber mexer em múltiplas plataformas, diferentes dispositivos e sistemas operacionais, bem como tipos de entregas ao invés de conhecer apenas a abordagem de um único OS, ou saber práticas somente de criação front end, e por aí vai.
Colaboração e alinhamento
Os departamentos de TI no futuro também tendem a estimular uma interação cada vez maior com os usurários, tanto internos quanto externos, projeta Cory. “Mais desenvolvedores serão chamados a reuniões iniciais com clientes para discutirem casos de uso, requerimentos e aplicações”, afirma.
Dessa maneira, programadores terão que buscar algo que os CIOs lutam a anos para conseguir: alinhar seu escopo aos objetivos de negócio. Isso significa, também, adotar uma postura mais proativa frente ao cenário atual, que exige, basicamente, que executem uma lista de tarefas descritas em um projeto.
Muito dessa mudança virá de um trabalho cada vez mais próximo das unidades de negócio com o departamento de tecnologia, que precisará entregar soluções tecnológicas que tragam resultados à corporação.
Aos CIOs, a principal transformação vai além da necessidade de terem mais tempo e paciência para assimilarem o processo, e um esforço cada vez maior para fortalecer as estratégias, amplificar a produtividade e entregarem melhores soluções.
“Minhas tarefas nos últimos seis ou sete anos mudaram absurdamente. Agora, gasto meu tempo buscando maneiras de fazer meu time entregar o que os clientes de minha empresa demanda”, afirma a executiva.
Foco na satisfação dos usuários
Além disso, espera-se que os departamentos de TI no futuro sejam mais direcionados a satisfação dos clientes. Para isso precisarão equilibrar a inovação e a integração de novas ferramentas com a manutenção e evolução das soluções existentes.
“A TI precisa fazer marketing e considerar usuários como seus clientes. Nesse caso, construir uma boa ‘marca’ junto ao público-alvo é importante. Se os consumidores não vêm valor nos serviços que você presta, a própria empresa passará acreditar que seu trabalho não tem valor”, afirma Simon Chapleau, CEO da Green Elephant.
Cori indica que isso gera uma mudança nas métricas e contabilidade. Assim, se você apenas mede coisas como chamados no helpdesk, vai precisar ajustar seu foco, se preocupando cada vez mais com a satisfação de quem utiliza os serviços que você presta.
Em resumo, o futuro aponta para um departamento de TI formado por profissionais cada vez menos refém das tecnologias, focados em adquirir conhecimento, colaborar e satisfazer os usuários internos e externos.
Fonte: cio.com.br