Indubitavelmente, as empresas estão migrando para a nuvem em um ritmo cada vez maior. A adoção de serviços de cloud computing auxilia as organizações na conquista dos seus objetivos comerciais, beneficiadas pela redução de custos, maior agilidade e mais escalabilidade.
Isso não impede, porém, que uma companhia fique exposta a riscos. Assim como a adoção de qualquer outra solução de TI, o uso da computação em nuvem expande o número de pontos de acesso a recursos internos do empreendimento.
Justamente por isso, a empresa deve conhecer todos os riscos envolvidos nesse investimento para preparar-se contra ataques e perda de dados.
Mas quais são os riscos? A transferência ou o armazenamento de dados na nuvem produz desafios de visibilidade e de controle para as equipes de segurança das empresas. Na realidade, os dados parecem estar menos seguros na nuvem para 44% dos entrevistados em uma pesquisa da Intel Security.
Felizmente, é possível atenuar os riscos seguindo práticas recomendadas e diretrizes úteis para que os dados sejam o foco da adoção da nuvem híbrida com segurança.
Para proteger as nuvens híbridas (uma combinação de infraestrutura de TI tradicional, nuvens públicas e nuvens privadas), as organizações devem ter em mente uma série de estratégias. Conheça as principais a seguir!
1. Adquirir visibilidade
Com a nuvem pública, os recursos computacionais e o espaço de armazenamento são contratados em poucos minutos. E um dos grandes atrativos da nuvem é essa rapidez, a qual também gera um desafio de visibilidade e controle para a equipe de TI da empresa, já que os usuários corporativos podem implementar soluções de nuvem sem o conhecimento da TI.
O relatório sobre a segurança na nuvem da Intel Security revelou que menos da metade (45%) dos participantes diz ter visibilidade de implementações de SaaS na chamada “shadow IT”, enquanto apenas 42% declararam o mesmo sobre a existência de IaaS na “shadow IT”.
Para aplicar políticas de segurança e proteger a empresa, a equipe de TI precisa implementar soluções de segurança que proporcionem visibilidade da nuvem.
O objetivo deve ser assumir o controle dos serviços da “shadow IT” para ajudar no cumprimento da missão do departamento e, para isso, a identificação desses serviços é uma prioridade.
Monitorando todos os recursos, a empresa conhecerá melhor a maneira como os usuários utilizam os seus serviços de TI e, assim, poderá ter uma gestão mais eficaz.
A identificação de problemas e anormalidades será mais ágil, reduzindo o seu impacto no funcionamento do negócio. A exposição a falhas de segurança, por exemplo, será reduzida ao máximo.
Ao mesmo tempo, a empresa poderá avaliar como otimizar os seus recursos continuamente. O gestor terá acesso a uma base de dados de longo prazo sobre o funcionamento de todos os recursos da nuvem híbrida, permitindo que sejam feitas mudanças de acordo com o perfil de uso das aplicações e das metas da empresa.
2. Estabelecer a segurança centrada nas cargas de trabalho
A nuvem híbrida é o resultado da combinação entre a nuvem privada e a infraestrutura de cloud computing de ambientes privados. Utilizando essa solução, o negócio pode ampliar o número de mecanismos de controle utilizados para manter o ambiente de trabalho mais seguro e confiável.
Isso deve ser feito com foco na flexibilização das políticas de segurança digital, tornando a estrutura mais adaptável aos diferentes desafios impostos pela nuvem híbrida.
Para complementar as rotinas de segurança de dados e de rede, o empreendimento pode adotar um modelo de trabalho focado na ampliação da cobertura dos mecanismos de segurança existentes.
Com novas formas de controle e monitoramento de usuários, a empresa terá uma cobertura completa, que cobrirá tanto os dispositivos existentes quanto os softwares utilizados pelo negócio.
Para a empresa, isso é traduzido em ganho na capacidade de rastrear, identificar a origem e eliminar possíveis falhas de segurança. Todos os recursos serão continuamente assistidos para que o negócio consiga manter-se operacional sem que os seus usuários estejam expostos a falhas.
3. Adotar a automação
Se a sua equipe de operações de segurança é como a maioria, ela já percebeu como é difícil manter a eficiência quando a carga de trabalho só aumenta e o número de funcionários continua o mesmo.
Em um estudo recente, 46% das organizações afirmaram enfrentar uma “carência problemática” de profissionais com conhecimentos em segurança cibernética e 1/3 dos participantes comentou que especialistas em segurança na nuvem são os profissionais mais em falta.
Uma das alternativas para contornar esse desafio é proteger a infraestrutura de nuvem híbrida com a automação. Isso elevará consideravelmente a eficiência operacional, além de melhorar a postura de segurança da empresa.
Ferramentas de segurança automatizadas verificam continuamente os recursos do empreendimento em busca de problemas.
Um serviço de monitoramento contra ataques DDoS, por exemplo, monitora a entrada, a saída e o número de pacotes de dados que passam pela infraestrutura de rede do empreendimento.
Dessa forma, é possível eliminar tentativas de derrubar os serviços de cloud da companhia automaticamente antes que ocorra uma sobrecarga na infraestrutura de rede do empreendimento.
Se algo for encontrado, a conexão é bloqueada e os profissionais de TI recebem um alerta automaticamente.
Essa estratégia permite que o setor de TI invista mais recursos na gestão das atividades críticas ao negócio. Profissionais da área poderão atuar de maneira dinâmica e com a certeza de que, caso algo ocorra, o tempo de resposta será o menor possível.
4. Incorporar controles de segurança com base nos ativos
Toda solução de TI possui características próprias. As ferramentas têm funções únicas, que afetam a maneira como o empreendimento deve gerenciar os seus recursos para evitar que falhas causem danos à companhia.
Diante disso, identifique as prioridades de segurança, privacidade e conformidade de cada sistema específico, implementando o nível de proteção correspondente. Não se deve ter uma única política para tudo.
Trabalhe lado a lado com o desenvolvedor para identificar como cada ferramenta pode afetar as políticas de segurança de dados no negócio. Faça mudanças de acordo com os dados levantados, incorporando novas práticas e modificando as atuais.
Tenha em mente que a sua política de segurança digital deve ser abrangente e flexível o bastante para não ignorar nenhuma solução de TI. O ideal é que o negócio tenha um ambiente de alta performance sem comprometer a sua confiabilidade.
5. Adotar a segurança integrada
Nosso relatório sobre segurança na nuvem revelou que as organizações usam, em média, 43 serviços de nuvem diferentes, mas apenas 35% usam uma solução integrada para gerenciar a segurança de todos esses serviços. As nuvens híbridas são heterogêneas a princípio; então, uma política universal não funciona.
Adote, portanto, uma estrutura de segurança facilitadora da integração de várias funções de segurança nos processos diários. A abordagem integrada diminui as oportunidades de acesso não autorizado aos recursos, o impacto de táticas de ataque emergentes e simplifica a proteção da sua infraestrutura de nuvem híbrida.
A empresa deve ter uma visão holística sobre os seus ativos de TI, buscando a criação de estratégias que envolvam todos os serviços de TI de maneira unificada. Assim, o negócio fará uso inteligente das suas soluções de TI, evitando o desperdício de recursos, tornando a sua estratégia de segurança mais inteligente e com maior precisão.
6. Ter o apoio de um time de profissionais especializado
A grande maioria das empresas opta por desenvolver as suas estratégias de segurança utilizando apenas os profissionais internos. No entanto, essa estratégia pode ser substituída pela contratação de um serviço de profissionais especializado, que auxiliará, por meio de uma consultoria, a companhia a ter políticas de segurança digital mais robustas e inteligentes.
As empresas que atuam com o serviço de consultoria de segurança digital prestam um serviço com base na identificação dos pontos que necessitam de melhoria, na avaliação das melhores estratégias para solucionar os problemas e na implementação de práticas mais eficazes e inteligentes.
Uma das principais vantagens desse serviço é a garantia de que o negócio contará com o apoio de um empreendimento especializado na área e que possui o compromisso de manter-se continuamente atualizado. Por ser um agente externo, a empresa também será capaz de rastrear problemas com mais precisão, aumentando o impacto do seu trabalho.
7. Definir uma política de controle de acesso
A computação na nuvem é facilmente aplicável em diferentes ambientes de TI e, diante disso, a empresa deve ter cuidado para que o acesso aos recursos contratados seja feito de maneira inteligente.
Para que essa estratégia seja bem executada, é importante que a empresa consiga manter um controle ativo sobre todos os seus serviços de TI com o auxílio de uma política de controle de acesso.
A política de controle de acesso limita a quantidade de recursos que um usuário pode visualizar. Como consequência, o comprometimento da integridade de uma conta não causará grande impacto negativo nos recursos do empreendimento, reduzindo as chances de alguém não conseguir fazer uso da nuvem híbrida com segurança.
Ao definir a sua política de controle de acesso, o empreendimento deve limitar ao máximo a quantidade de recursos disponibilizados a cada pessoa, especialmente os administrativos. Assim, é possível garantir que todos tenham acesso aos recursos básicos do dia a dia sem comprometer a segurança do negócio caso algo ocorra.
8. Implementar testes contínuos de segurança de dados
As ameaças existentes na web mudam com grande frequência. Isso exige do negócio a capacidade de manter as suas políticas de segurança de dados atualizada, evitando que as rotinas de proteção fiquem despreparadas para lidar com as novas ameaças do mercado.
Para garantir que os serviços de cloud computing, como o cloud backup, sejam utilizados sempre em ambiente confiável, o negócio pode implementar uma rotina de testes de segurança contínua.
Ela envolverá uma série de tarefas para avaliar a capacidade do negócio de evitar e eliminar ameaças com agilidade e precisão a partir das técnicas mais modernas utilizadas por hackers.
Também chamado de pen-tests (ou testes de penetração), esse trabalho deve ser executado preferencialmente por um profissional externo. Ele fará uma avaliação da infraestrutura de TI do negócio e, a partir de tais dados, executará uma série de rotinas simulando ataques de um hacker.
Os resultados obtidos serão, então, comparados com a política de segurança digital da empresa. Sabendo quais são as vulnerabilidades existentes, o negócio poderá otimizar a maneira como utiliza os seus recursos, diminuir o número de falhas de segurança e ampliar a sua capacidade de eliminar ameaças.
Vale destacar, também, que a empresa atualizará todos os seus procedimentos de segurança, mantendo o negócio mais competitivo frente aos seus concorrentes.
O alinhamento das políticas de segurança digital com os padrões do mercado é um investimento estratégico. Não só a empresa terá um ambiente de TI mais seguro, mas também será possível obter certificações que destaquem o negócio na hora de buscar novas parcerias comerciais e ampliar o rol de clientes.
9. Instruir os profissionais que fazem uso diário dos recursos a terem boas práticas no seu dia a dia
Independentemente da configuração da sua infraestrutura de TI, a parte mais importante de qualquer política de segurança digital é o usuário.
Em muitos casos, é a interação de uma pessoa que permite o sucesso de um ataque, com independência do tipo de técnica utilizada (ou das estratégias de proteção implementadas pelo empreendimento). Diante disso, garanta que todos os setores conheçam uma série de boas práticas de TI (e as tenham implementadas no seu dia a dia).
É importante que todos sejam treinados para utilizar medidas simples e avançadas diariamente. Portanto, invista em treinamentos, minicursos e documentação básica para a consulta de todos. Entre as medidas que podem ser tomadas destacamos como as mais importantes:
- o uso de senhas complexas, com letras, números, símbolos e variação entre maiúsculas e minúsculas;
- a adoção da autenticação de dois passos, sempre que possível (dando preferência a métodos como aplicativos de criação de código ou tokens USB);
- o uso de conexões VPN para o acesso a recursos em redes inseguras, desconhecidas ou abertas;
- a configuração de alertas de logins em dispositivos desconhecidos;
- a manutenção de todos os softwares do aparelho atualizados e com os patches de segurança instalados.
Juntas, todas essas operações reduzem as chances de que as senhas sejam roubadas, por meio de técnicas de phishing ou por invasão de aparelhos. Assim, todo o negócio poderá atuar diretamente na eliminação de problemas e vulnerabilidades, dando o máximo de abrangência para as medidas que buscam o uso da nuvem híbrida com segurança.
Algo é inegável: a nuvem é o novo padrão. Ela tem mudado a maneira como as empresas utilizam os seus recursos digitais e mantém as suas políticas operacionais.
Saiba mais sobre o tema entrando em contato com um Consultor Softline.