Depois de um 2015 economicamente difícil, se espera uma ligeira recuperação da maior parte dos países da América Latina em 2016. Segundo levantamento da consultoria IDC, divulgado em coletiva realizada em São Paulo nesta quinta-feira (28), serão investidos US$ 130 bilhões em TI e US$ 213 bilhões em serviços de telecomunicações, um crescimento de 3,3% (em dólares) frente a 2015.
No entanto, para o Brasil, o crescimento previsto para a área de TICs em 2016 deve ficar em 2,6%, ante os 5% alcançados em 2015. Para Denis Arcieri, country manager da IDC Brasil, o índice pode parecer baixo, mas não é uma surpresa quando considerado o cenário da economia nacional.
“Algumas áreas puxaram esse índice para baixo como o mercado de devices e telecom. Sabemos que 2016 será um ano difícil, mas com oportunidades de negócios que vão impulsionar a TI”, afirma Arcieri.
De acordo com a IDC, novas oportunidades para soluções tecnológicas escaláveis e flexíveis surgirão baseadas na terceira plataforma — uma tendência para este ano e que engloba serviços e produtos em cloud, mobilidade, social e big data.
Confira a seguir as 10 tendências previstas pela IDC para o mercado brasileiro em 2016:
- 1. DX – Digital Transformation: 54% das médias e grandes empresas embarcarão em DX em 2016, estreitando a relação entre TI e linhas de negócios. Desta forma, estarão em foco soluções baseadas em modelos colaborativos ou de compartilhamento, e novas aplicações desenhadas para rodar em cloud e oferecer uma experiência consistente ao usuário final em qualquer lugar e qualquer dispositivo.
- 2. Vendas de dispositivos: o mercado está retraído devido aos preços elevados, porém ainda estamos bem posicionados entre os maiores consumidores de dispositivos móveis e PCs. A previsão da IDC é de que sejam vendidos no Brasil em 2016 cerca de 40 milhões de celulares, 6 milhões de PCs e 5 milhões de tablets.
- 3. Internet das Coisas: ainda em desenvolvimento no Brasil, o mercado de IoT deve movimentar no país US$ 4,1 bilhões em 2016 — sendo que dispositivos domésticos conectados movimentarão US$ 37 milhões. No mercado corporativo, as empresas migrarão aplicações tradicionais, como telemetria e monitoramento, para serviços IoT. Fornecedores de equipamentos e desenvolvedores de plataformas, software e soluções industriais intensificarão o lançamento de soluções de IoT customizadas e em escala para as empresas.
- 4. Pagamentos móveis: a previsão é que ganhem massa crítica, superando os 30% de todas as transações financeiras durante o ano. Com mais de 40 milhões de dispositivos ativos com função NFC disponível no país, a tendência é que muitos aplicativos sejam desenvolvidos para explorar esse nicho e facilitar os meios de pagamentos no país.
- 5. Telecom: o mercado total de serviços business fechará 2016 com uma queda de 0,5% em comparação a 2015. O crescimento nos serviços de dados e datacenter não serão suficientes para compensar as perdas dos serviços de voz fixa e móvel. Uma tendência é que a receita das operadoras com dados móveis supere os de voz até 2018. E até 2019 devemos observar uma porcentagem bem menor de clientes pré-pagos nas teles.
- 6. Mobilidade corporativa: este ano as empresas devem focar mais em soluções de segurança para aumentar a eficiência de suas equipes. Isto será visto na redução de 50% das companhias que restringirão o BYOD, e 70% optando por prover os dispositivos para seus funcionários. Também devem surgir mais aplicações de negócios visando esses dispositivos, porém com funções limitadas a gerenciamentos simples e pontuais.
- 7. Cloud: Novos players de serviços de cloud devem surgir nos próximos 24 meses. A porta de entrada ainda serão os serviços IaaS, PaaS e SaaS. A expectativa é de um crescimento de 20% ao ano até o final da década nos serviços de cloud pública.
- 8. Segurança: A participação da segurança nas empresas avançará ao menos 2 pontos percentuais no orçamento de TI. Além disso, também observaremos o estabelecimento da segurança de next generation como padrão para novos projetos.
- 9. Big Data/Analytics: A previsão é que este mercado movimente US$ 811 milhões no Brasil em 2016. O movimento tende a se intensificar neste ano, com uma expansão do uso e ampliação e de novas áreas de negócios. No entanto, a escassez de profissionais capacitados só deve começar a se resolver em 2017, com a formação das primeiras turmas de cursos especializados. Por outro lado, muitos fabricantes têm embarcado analytics em suas soluções, trazendo benefícios e simplificando a adoção e utilização.
- 10. Social business: A IDC indica um interesse maior das empresas em investir em projetos de experiência do usuário para se destacar da concorrência. As empresas devem potencializar seus canais sociais, combinados com big data, analytics e mobilidade, para trabalhar com recomendações mais assertivas, análise e previsão de demanda, melhoria na experiência com dispositivos móveis, detecção precoce de problemas e atendimento com maior suporte para respostas e avaliações. A tendência é de que uma em cada quatro empresas brasileiras iniciem projetos com esse enfoque em 2016.
Fonte: bitmag