O compartilhamento de recursos, a chamada economia compartilhada, tem ganho cada vez mais espaço, oferecendo vantagens para o cliente final, que não ter precisa ter para usar – como no caso do Uber, por exemplo – e também, por outro lado, ao proprietário do bem ou prestador do serviço, que consegue ter a sua máxima utilização.
Renê José Rodrigues Fernandes, professor e gerente de projetos do Centro de Empreendedorismo e Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV-CENN), diz que a economia compartilhada nada mais é do que o velho conceito de emprestar coisas e compartilhar custos, algo que as pessoas fazem há milhares de anos.
“Isso não é novo nem para as pessoas nem para as empresas. No mundo empresarial, há centenas de anos os custos de uma empreitada são compartilhados por meio da união de duas ou mais companhias nas tão conhecidas ‘joint ventures’, visando redução de gastos e aumento de lucros”, diz.
Segundo ele, a diferença entre passado e presente está na atual tecnologia da informação e nas redes sociais, que deram uma nova roupagem para o conceito. “Antes da comunicação digital, ficávamos restritos a compartilhar custos com nosso círculo mais próximo de amigos e conhecidos. Hoje, o mundo é o limite. Podemos dividir o custo de uma viagem de carro com pessoas que nunca vimos antes, ou emprestar nossas casas para pessoas do outro lado do planeta”, afirma.
O compartilhamento de recursos no mundo corporativo
Líderes de negócios enfrentam o desafio de, a cada dia, fazer mais com menos, aumentando a produtividade e reduzindo custos. Com equipes reduzidas e com a necessidade de integrar novas tecnologias como a computação em nuvem para ganhar velocidade, flexibilidade, escala e transparência nos processos, as empresas precisam se reinventar e criar diferenciais competitivos.
A computação em nuvem está baseada no compartilhamento de recursos, com a distribuição de serviços de serviços de computação – servidores, armazenamento, bancos de dados, redes, software, análises, inteligência e muito mais pela Internet (“a nuvem”), proporcionando inovações mais rápidas, recursos flexíveis e economia na escala. Você normalmente paga apenas pelos serviços de nuvem que utiliza, ajudando a reduzir os custos operacionais, a executar sua infraestrutura com mais eficiência e a dimensionar conforme as necessidades da sua empresa mudam.
E a computação em nuvem e o compartilhamento de recursos já estão no radar da maioria dos líderes de TI do Brasil, o que é comprovado por uma pesquisa realizada pela GlobalData, que aponta que, até 2020, 94% das empresas brasileiras terão soluções baseadas na computação em nuvem, principalmente nos modelos “as-a-service” e “pay-per-use”.
João Marinho, responsável por Global Support da Softline Brasil, destaca que, no mundo corporativo, o compartilhamento de recursos como especialistas também tem ganho muito destaque, e esse caminho já foi adotado por diversas empresas.
“A resposta para enfrentar os novos desafios está em manter uma equipe reduzida e mais generalista, focada no negócio – algo que se tornou possível graças às empresas que prestam suporte tecnológico. Com isso, em vez de contratar um exército de especialistas, é possível contratar um serviço que proporciona o nível adequado de expertise por um valor competitivo, garantindo alto desempenho, continuidade do ambiente e constante evolução tecnológica, possibilitando alcançar a transformação digital de forma otimizada, com a criação de processos modernos”.
Como otimizar a TI
Outra forma de otimizar a TI aproveitando o compartilhamento de recursos é “delegando” a parceiros qualificados tarefas e demandas que não sejam o core do negócio. “Graças à nuvem”, destaca Marinho, “é possível, por exemplo, hospedar grande parte da infraestrutura de TI sem consumir recursos e pessoal local, reduzindo a carga de trabalho e a complexidade do ambiente”.
Empresas como a Microsoft criam um grande número de infraestruturas que produzem cargas em alta escala e compartilham seus recursos. Para a gestão de TI, isso significa a possibilidade hospedar aplicativos fora do seu ambiente sem a despesa de capital necessária para criar uma infraestrutura de hardware com suporte em toda a empresa. E também a garantia de uma “escala horizontal” sob demanda que irá atender necessidades futuras, já que a computação na nuvem entrega flexibilidade para criar infraestruturas hospedeiras que complementem as necessidades de aplicativos de negócios.
Além disso, lembra Marinho, para otimizar ainda mais a TI “temos empresas que cuidam de serviços gerenciados, controlando esses ambientes hospedados e atuando como service desk, atendendo diretamente aos usuários finais da organização em tarefas simples, que antes também oneravam o departamento de TI, como a criação de contas de e-mails e a concessão de acesso a sistemas.
“Contar com um escopo bem definido e boas referências dos potenciais fornecedores é fundamental para aproveitar os benefícios do compartilhamento de recursos nos serviços tecnológicos. Apostar nessa tendência é imprescindível para melhorar a competitividade e a performance das operações”, finaliza o executivo.