O próximo ano surge no horizonte com contornos incertos. Apontada por especialistas de mercado, a turbulência em 2016 poderá afetar o avanço das empresas brasileiras rumo à economia digital.
Pelo menos essa é a percepção de Luciano Ramos, coordenador da divisão de software da IDC, que, contudo, alerta que as organizações não podem deixar de investir em projetos de inovação.
“É fundamental deslocar recursos para essas iniciativas, mesmo que isso ocorra de forma mais contida”, comentou o especialista, observando que deixar de perseguir esforços de digitalização pode ser prejudicial para as companhias em um período de retomada econômica.
Ramos projeta que o mercado brasileiro de TI apresentará crescimento discreto no próximo ano. Segundo ele, projetos focados em busca de eficiência operacional – que preponderaram em 2015 – continuarão a dar a tônica no País nos próximos meses. O contexto pode ser um tanto perigoso.
De acordo com Domingos Monteiro, CEO da Neurotech, o foco em eficiência operacional acomoda as empresas por não criar desconforto para desencadear a busca por novidades e, assim, impedindo a inovação.
O executivo da fornecedora de soluções baseadas em dados para apoio à decisão em operações de crédito, cobrança, risco e fraude, afirmou que “algumas mudanças não são consensuais, mas disruptivas. Por isso, as empresas devem sempre questionar-se sobre o que está por vir e como ser um driver para provocar as transformações em suas áreas de atuação”.
O contexto traz à tona a percepção do início do ano de que há pouca experimentação por parte dos CIOs latino-americanos. Segundo Alvaro Mello, vice-presidente de pesquisas do Gartner, há pouco coisa acontecendo de tecnologias inteligentes (robótica, impressão 3D, computação cognitiva, realidade aumentada e internet das coisas) na região.
Segundo um estudo da Cisco, a disrupção digital desencadeará um rearranjo intenso no mundo dos negócios nos próximos cinco anos. De acordo com o levantamento, o conceito derrubará nada menos que 40% das empresas tradicionais nesse período. Essas organizações serão impactadas por não conseguirem remodelar seus modelosde maneira rápida suficiente para acompanhar as transformações de mercado.
A certeza é que os líderes de tecnologia brasileiros enfrentarão um cenário desafiador no próximo ano: de um lado, a pressão por buscar inovação e transformar seus negócios; de outro, orçamentos cada vez mais enxutos pelas incertezas vivenciadas na economia. Saber avaliar e priorizar projetos será fundamental.
Fonte: Computerworld