Empresa espera faturar US$ 150 milhões no país
São Paulo – A Softline, multinacional russa de soluções de TI, acaba de comprar a brasileira Compusoftware, que vende licenças de software corporativo (majoritariamente da Microsoft) e presta serviços de infraestrutura.
O valor do acordo não foi divulgado. Juntas, elas esperam alcançar um faturamento de 150 milhões de dólares no ano fiscal que termina em março.
A meta da companhia combinada, que passa a se chamar Softline Brasil e seria uma das cinco maiores da América Latina no ramo de tecnologia, é aumentar as receitas em algo entre 10% e 20% nos próximos 12 meses.
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Com o negócio, a operação brasileira se torna a mais importante do grupo Softline fora da Rússia. A empresa, que tinha cerca de 100 clientes por aqui, passa a incorporar os 500 da carteira da Compusoftware.
Objetivos complementares
A negociação durou aproximadamente seis meses. “Foi muito rápido porque as sinergias são muito grandes. O objetivo deles vai muito ao encontro do nosso”, disse José Azevedo, presidente da Sofline Brasil, em entrevista exclusiva a EXAME.com.
Antes de assumir a nova empresa, Azevedo comandou a Compusoftware por cerca de um ano e meio – e tinha a missão de atrair um investidor para fazê-la crescer.
A princípio, ele contratou um banco para ajudá-lo nessa busca, mas o processo não deu certo. Foi então que apareceu a Softline.
A companhia russa está no Brasil desde 2014. Ela tinha planos de crescer organicamente no país, mas, em meio à crise econômica, optou pela aquisição para acelerar seu processo de expansão.
Sua estratégia é se consolidar em mercados emergentes como aqui e a Índia (onde ela também chegou em 2014) e se tornar robusta o suficiente para abrir seu capital.
“Queremos nos tornar uma ‘blue chip’ para aqueles que investem nos BRICs”, disse Igor Borovikov, fundador e presidente do conselho da Sofltine, em nota.
O IPO deve acontecer dentro dos próximos três a cinco anos, na região da Europa ou Ásia.
“Ainda não está definido. Há um grupo fazendo os processos internos, estamos negociando em que bolsa vamos nos lançar”, contou Gustavo Capart, diretor de vendas, marketing e serviços LATAM da Softline.
Graças ao acordo, os planos das duas empresas avançam: enquanto a Softline ganha escala no Brasil, a Compusoftware se internacionaliza.
Ao fazer parte de um grupo multinacional, a brasileira diversifica seu faturamento e fica mais forte para atravessar a crise econômica.
“Com a desvalorização do dólar, que é a principal moeda de trading dentro do nosso mercado, não dá. É preciso trazer receitas de outros países”, disse Azevedo.
Como fica
A Compusoftware tinha cerca de 86 funcionários no país, distribuídos entre escritórios em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Já a Softline estava presente em São Paulo e em Brasíla e empregava 30 pessoas.
Os escritórios de São Paulo já foram integrados e, ao final de todas as sinergias, a Softline Brasil deve terminar com 100 empregados.
Tópicos: Fusões e aquisições, Aquisições de empresas, Software, Tecnologia da informação
Fonte: Exame