Peter Drucker, considerado o “pai da administração moderna”, já nos meados do século XX levantava a questão sobre o papel dos “trabalhadores do conhecimento”, pessoas que controlam um dos recursos mais importantes para qualquer empresa: a inteligência do negócio. Mas esse recurso, e suas competências, à medida que os ambientes e a gestão de TI se tornam mais complexas, nem sempre pode estar disponível em todas as áreas onde se faz necessário, provocando um gap de talentos. Além disso, a gestão de TI pode não ser o foco do negócio, e sim fonte de vantagem competitiva, o que faz com que a contratação de uma grande equipe interna de TI não seja vantajosa para o andamento do negócio.
Então, como ter à sua disposição todas as competências necessárias para uma eficiente gestão de TI, capaz de inovar e propor soluções que vão transformar o negócio? Incorporando ao dia a dia do negócio o conceito de economia compartilhada, modelo já utilizado com sucesso por empresas como Uber e Airbnb. Só que, em vez de compartilhar serviços ou bens, a inteligência é que será compartilhada.
João Marinho, responsável por Global Support da Softline Brasil, destaca que o sucesso do modelo de economia compartilhada está baseado na maximização do uso de bens ou serviços. “Você não precisa ter para usar. De um lado, o consumidor economiza e, do outro, o proprietário ou prestador de serviço consegue ter a máxima utilização”.
Compartilhando competências e habilidades
Marcus Blosch, VP de Pesquisa do Gartner, afirma que os negócios digitais demandam habilidades, práticas de trabalho, modelo organizacionais e até culturas diferentes. Para ele, a inovação digital e a eficiência da gestão de TI só podem ser alcançadas em uma cultura de colaboração, que é ampliada com a adoção de um modelo de outsourcing que traga parceiros qualificados e alinhados aos objetivos do negócio.
Quando não existe essa cultura de colaboração, a falta de vontade de compartilhar e colaborar, inclusive, é uma das seis barreiras para os negócios digitais apontadas pela consultoria. “Questões sobre propriedade e controle de processos, informações e sistemas podem tornar as pessoas relutantes em compartilhar seu conhecimento. A inovação digital precisa de times colaborativos e multifuncionais”.
Segundo Marinho, essa barreira já tem sido ultrapassada. “No mundo corporativo, o compartilhamento de recursos tem funcionado, e seus benefícios são bem semelhantes ao registrados pelo Uber e Airbnb. É o caso, por exemplo, do compartilhamento de especialistas, caminho já adotado por uma série de empresas”.
Um especialista, vários parceiros
Mesmo sob pressão externa – concorrentes – e interna - fazer mais com menos recursos, os responsáveis pela gestão de TI contam com equipes cada vez mais reduzidas e ao mesmo tempo comandam ambientes cada vez complexos e sofisticados, e precisam usar a tecnologia para criar diferenciais.
“A resposta para esse desafio é manter uma equipe reduzida e mais generalista, focada no negócio – algo que se tornou possível graças às empresas que prestam suporte tecnológico”, diz Marinho.
“Com isso, em vez de contratar um exército de especialistas, é possível contratar um serviço que proporciona o nível adequado de expertise por um valor competitivo, garantindo alto desempenho, continuidade do ambiente e constante evolução tecnológica, possibilitando alcançar a transformação digital de forma otimizada, com a criação de processos modernos”.
E o compartilhamento do conhecimento gera outros modelos de economia compartilhada, delegando tarefas e demandas que não sejam o core da empresa e podem ser migradas para a nuvem, compartilhando serviços que facilitam a economia de escala e aproveitam ao máximo os recursos e entregam mais eficiência e agilidade para a gestão de TI. A infraestrutura, software ou plataformas passam a ser divididas entre vários usuários do serviço. Isso permite fornecer um número infinito de recursos para atender as necessidades de múltiplos clientes, ao mesmo tempo, com menor custo e melhor gestão de TI.