Nos últimos anos a mobilidade global tem aumentando e transformado a forma como as empresas e profissionais atuam no mercado. É cada vez mais comum ver pessoas e empresas buscando novas oportunidades fora do país, bem como temos contanto com estrangeiros vindo atuar em negócios brasileiros.
No mesmo sentido, também tem se tornado usual adotar soluções de outros países e nacionalidades, fazendo contato com diferentes culturas e organizações. Bem como tentar internacionalizar negócios, usando apenas o meio digital.
A mobilidade global pode ser entendida como as movimentações de pessoas, negócios e organizações pelo mundo. Apesar de não ser uma novidade, é evidente que com a globalização e transformação digital ela tem se intensificado, criando tendências que afetam todos os mercados e empresas.
Pensando nisso, colocamos as principais tendências em mobilidade global que as empresas devem ficar atentas para identificar oportunidades e realizar mudanças inteligentes! Confira:
Redução da desigualdade de gênero
Enviar funcionários para trabalhar em outras unidades da empresa, fora do país, é uma prática comum. Os chamados expatriados, normalmente, são profissionais altamente qualificados que irão desempenhar um papel importante para o negócio.
Acontece que o número de mulheres expatriadas representa apenas 25% desse total de profissionais. Tradicionalmente, homens ocupam cargos mais importantes e, consequentemente, são mais considerados para essas posições.
Além disso, existe uma percepção de que mulheres não almejam essas posições, devido a seus laços emocionais e todas as responsabilidades externas atribuídas à elas, como cuidado com a casa e família. Dessa forma, de maneira inconsciente, profissionais masculinos são as primeiras opções dos dirigentes que tomam tal decisão.
Entretanto, o número de mulheres saindo do país a trabalho tem aumentado, bem como a importância de suas posições no meio corporativo, indicando que o cenário tradicional não é mais a realidade dos negócios. Isso indica a necessidade de mudanças na cultura e entendimento do ambiente de trabalho, assim como no papel dos profissionais, eliminando a desigualdade de gênero e aumentando a inclusão.
Empresas empenhadas em mudar seu ambiente e contribuir para essa tendência estão investindo em treinamentos que evitam o viés inconsciente que contribui para a desigualdade de gênero. Além disso, organizações que realizam a expatriação estão investindo em processos mais trabalhados, permitindo que tanto homens quanto mulheres se interessem e tenham o auxílio necessário para participar do processo.
Impacto da economia gig
A economia gig é um modelo de ambiente de trabalho no qual as posições contratuais temporárias são frequentes, usando profissionais independentes para atender necessidades de curto prazo. Essa prática tem gerado muitas discussões entre profissionais de RH e já representa uma realidade para muitas empresas e indústrias.
Esse cenário vai de acordo com a mobilidade global e a tendência dos novos profissionais de não valorizarem a permanência na mesma empresa por muitos anos, como acontecia antigamente. O esperado é que essa seja uma realidade generalizada, não apenas em algumas indústrias.
A discussão gerada gira em torno de como lidar com os funcionários gig (colaboradores temporários), quais políticas adotar e como garantir um ambiente de trabalho eficiente com essas mudanças. É necessário se atentar às legislações e obrigações da empresa e fazer adaptações até identificar como usar esses profissionais para ter melhores resultados.
Adaptação à geração dos Millennials
A geração dos Millennials tem impactado significativamente na forma como as empresas atuam em seu ambiente de trabalho. Esses profissionais valorizam diferentes benefícios, e a mobilidade global está entre eles. Dessa forma, empresas que buscam conquistar esses trabalhadores estão se adaptando a suas exigências.
Essas organizações apresentam políticas e estratégias de baixo custo que aumentam as oportunidades internacionais para seus funcionários. Há programas de expatriação e experiências globais não só para cargos de gerência e diretoria, mas também para os potenciais gestores, incentivando essa oportunidade logo no começo da carreira.
Abordagem de políticas de baixo custo
Outra tendência nas práticas de mobilidade global é a adoção de políticas de baixo custo nos programas de realocação de profissionais. A ideia é focar menos no processo de expatriação e sim nas necessidades do negócio, identificando se a movimentação é realmente necessária ou se o profissional pode desempenhar seu papel de onde está.
Com as diversas inovações tecnológicas disponíveis no mercado, a necessidade da presença física das pessoas é cada vez menor. Decisões e ações podem ser feitas de qualquer lugar, usando apenas um computador conectado à internet.
Além disso, com a economia gig em ascenção, muitas organizações estão considerando o uso de profissionais temporários, já presentes no local para suprir funções abertas.
Impacto da tecnologia na mobilidade global
A tecnologia tem impactado o mercado de trabalho de forma drástica. Muitas empresas surgiram por meio da criação de soluções em TI e outras deixaram de existir. Além disso, ela traz vantagem competitiva para todos os negócios.
No que se refere a mobilidade global, as maiores contribuições estão na obtenção de dados precisos sobre essa prática nas empresas, possibilitando melhores análises de suas estratégias, como gastos e retorno sobre investimentos (ROI).
Retenção de talentos
Outra tendência evidenciada pela mobilidade global está associada às mudanças internas do negócio, focadas na retenção e movimentação de talentos.
Tradicionalmente, os planos de carreira eram desenvolvidos de forma linear, dentro de um mesmo ambiente. Entretanto, os novos profissionais estão mais exigentes e querem experiências de trabalho diferentes, o que leva à necessidade de mudanças nesse formato.
Agora, as empresas precisam adotar modelos que consideram atuações temporárias, em diferentes posições, projetos e até mesmo países. O objetivo é desenvolver líderes globais, capazes de assumir diferentes frentes do negócio.
Incerteza política
O item final não é uma tendência e sim uma realidade que impacta diretamente nas estratégias de mobilidade global das organizações e seu desempenho no mercado.
No último ano, diversos acontecimentos trouxeram incertezas em relação à política e seus resultados em diferentes locais do mundo. Um exemplo disso é a saída da Grã-Bretanha da União Europeia, fato que implicará em mudanças na livre circulação de pessoas, políticas de trabalho e até mesmo de imigração, algo que põe em risco as empresas internacionais que atuam no local.
Outro acontecimento foi a eleição do presidente Donald Trump nos EUA. O país passou de um local global, aberto e conectado, para um cenário fechado e anti-imigração, com tendências de dificultar a atuação de outras empresas que não sejam americanas.
Esses fatores criam incerteza em todas as empresas que atuam de forma internacional ou se relacionam com organizações de outros países. Para lidar com isso, é preciso reforçar a comunicação entre times repatriados, outras unidades da empresa e com funcionários em processo de sair do país. Para isso, existem práticas e ferramentas que tornam essa atividade mais eficiente.
Fica claro que a mobilidade global é uma realidade que impacta todos os negócios. Portanto, é necessário acompanhar essas mudanças e tendências para que a empresa encontre oportunidades e saiba lidar com possíveis cenários negativos.
Agora que você já conhece as tendências da mobilidade global e como lidar com elas, entenda por que sua empresa deve investir em gestão da inovação!