A Internet das Coisas (Internet of Things – IoT) é o futuro 4.0 para todos os setores da economia. Não se pode mais pensar em Saúde, Finanças, Energia, Agronegócio, entre outras verticais, sem os dados e a inteligência entregues por sensores conectados. Mas a infraestrutura necessária para processar esses dados é um desafio e pode ter um custo muito alto.
Mas os dados criados pelos projetos de negócios digitais podem ser processados de forma mais eficiente quando o poder de computação está próximo ao dispositivo ou da pessoa que o gera, com a implantação de soluções de edge computing para internet das coisas, uma infraestrutura que permite levar poder de processamento à borda de rede.
Considerada pelo Gartner uma das 10 principais tendências tecnológicas que afetam as áreas de infraestrutura e de operações, o edge computing, definido pelos analistas como soluções que facilitam o processamento de dados próximo da origem – ou até mesmo na origem – da geração das informações, atende a essa demanda de poder de computação localizada. Em um cenário de IoT, as fontes de geração de dados geralmente são os sensores ou os dispositivos embutidos em equipamentos.
Santhosh Rao, Analista de Pesquisas do Gartner, destaca que os recursos das soluções de edge computing para Internet das Coisaspodem ir de uma filtragem básica de eventos até o processamento de evento complexo ou processamento em lote. “Um monitor de saúde portátil é um exemplo de uma solução básica de edge computing. Ele pode analisar as informações localmente, como a frequência cardíaca ou os padrões de sono, assim como pode fornecer recomendações sem a necessidade de conexão contínua com ambientes cloud”.
A nuvem e a borda inteligentes
A Microsoft, desenvolvedora da solução Azure IoT Edge, defende que o futuro da computação está na união entre a nuvem inteligente e a borda inteligente. Para os cientistas da empresa, a nuvem inteligente é uma forma de computação ubíqua, habilitada pela tecnologia de Inteligência Artificial (IA) e de nuvem pública, disponível para todos os tipos de sistemas e aplicativos inteligentes.
Já a borda inteligente é um conjunto em expansão contínua de sistemas e dispositivos conectados que coletam e analisam dados – perto de seus usuários, dos dados, ou de ambos. Os usuários obtêm insights e experiências em tempo real, entregues por aplicativos com capacidade de contextualizar e elevada capacidade de resposta.
O grande desafio atual é manter o ritmo de transformação digital dos modelos de negócio, aumentando a agilidade e a eficiência das operações e escalando a inovação. Juntas, nuvem e borda inteligentes permitem criar uma nova classe de aplicativos distribuídos e conectados e, por fim, mais inovação nos negócios.
As vantagens ao implantar o edge computing para Internet das Coisas
Armazenar e processar os dados localmente no dispositivo conectado, ou em um gateway próximo ao sensor que gera as informações, oferece diversas possibilidades para reduzir o custo com a infraestrutura de data center – seja próprio ou de terceiros – e de nuvem. Confira algumas vantagens:
1 – Resposta em tempo quase real
A maioria dos dados se torna inútil alguns segundos após a sua geração. Basta pensar nos carros autônomos, equipados com GPUs ou CPUs de alto desempenho, que praticamente são um “data center sobre rodas”. Segundo Peter Levine, professor da Universidade de Boston, o carro autônomo é um excelente exemplo de dispositivo de borda com capacidade de computação autossuficiente. Sem esse poder local, se dependesse 100% da nuvem, questões como latência, disponibilidade e qualidade da infraestrutura de transmissão de dados do carro seriam um grande problema. Nesse caso, as informações precisam ser processadas e entregues quase que imediatamente, ou um grande acidente pode ocorrer. Portanto, ter a menor latência possível entre os dados e a decisão é fundamental. Soluções de edge computing para Internet das Coisas otimizam o desempenho entre a borda e nuvem, garantindo o gerenciamento, a segurança e a escala.
2 – Otimização do processamento em data centers
Com o armazenamento e processamento nos próprios dispositivos ou em data centers menores em diferentes locais, é possível analisar dados de dispositivos conectados sem que todas as informações produzidas por eles tenham de ser enviadas para o data center central para análise. Com isso, o data center central, onde o custo dos serviços é mais elevado, é poupado, e pode ficar dedicado à análise dos dados que realmente importam. Isso reduz os custos associados ao envio de todos os dados para nuvem e também os custos de infraestrutura, ao mesmo tempo em que aumenta a velocidade de resposta dos dispositivos conectados de Internet das Coisas e mantém a alta qualidade dos dados.
3 – Menor dependência de conectividade
Com o processamento local, os dispositivos de borda operam de forma confiável e segura mesmo quando estão offline ou quando a conectividade com a nuvem está intermitente. Sistemas de gerenciamento de dispositivos sincronizam automaticamente o estado mais recente dos dispositivos após eles serem reconectados, garantindo uma operação contínua.
4 – Mais segurança
Dispositivos conectados enfrentam ameaças de segurança que variam de violações físicas a invasões de IP. Com a computação de borda é possível, por exemplo, manter dados confidenciais armazenados no próprio dispositivo, garantindo mais segurança e conformidade, com regras para diferentes perfis de risco e cenários de implantação. A Central de Segurança do Azure, solução desenvolvida pela Microsoft, parceira da Softline, reduz a complexidade de gerenciar a segurança em uma infraestrutura distribuída, com uma abordagem interna unificada entre ambientes, além de oferecer proteção inteligente contra ameaças para cargas de trabalho executadas em soluções da nuvem para a borda.
5 – Mais inteligência na borda
O uso da tecnologia de edge computing para Internet das Coisas permite implantar processamento de eventos complexos, aprendizado de máquina, reconhecimento de imagem e outros tipos de Inteligência Artificial de alto valor executando-os localmente e com entrega de insights em tempo real. Levine defende que o aprendizado de máquinas depende de computação rápida para fornecer decisões com mais agilidade. “Dada a latência da rede e a quantidade de informação, não é aconselhável que em situações em que o tempo é crítico essas informações voltem para nuvem central para serem processadas”. Com isso, defende o professor, a extremidade da rede (onde são executadas as aplicações) será forçada a se tornar cada vez mais sofisticada.
Eduardo Borba, Presidente da Softline no Brasil, afirma que “a Internet das Coisas é a chave para a transformação digital. Por isso, como único distribuidor de produtos Microsoft com foco em IoT, estruturamos nossa oferta de produtos para essa tecnologia com base na plataforma Microsoft Azure para IoT, incluindo uma família de serviços na nuvem que traz toda a experiência global da Softline em serviços e infraestrutura, assim como soluções de edge computing para Internet das Coisas, estendendo a inteligência da nuvem, como capacidades de gestão e analytics, para dispositivos da ponta”.
E o relacionamento entre a Softline e seus clientes vai além da oferta de soluções. O objetivo de toda a equipe é firmar parcerias sólidas, entregando expertise em avaliação, planejamento e implementação de projetos, integração de sistemas, manutenção e treinamento, além de assessoramento técnico e serviços de consultoria e suporte.