Há dois anos, a Qualcomm mede o Índice de Inovação da Sociedade (QuISI) de países da América Latina. A edição 2015, divulgada esta semana, aponta o Brasil com 46% de inovação. Patamar semelhante ao da Argentina e do México e bem abaixo aos dos Estados Unidos (74%) e China (65%). Pesam contra o país o baixo grau de inovação das empresas e, principalmente, dos governos, segundo dados levantados pela IDC Brasil, responsável pelo estudo. Das 150 empresas ouvidas, todas acima de 100 funcionários, apenas 27% possuem uma poítica sistemática de inovação e 93%, ao menos uma iniciativa inovadora. Entre elas, só 7% já despertaram para a importância da Internet das Coisas nesse processo.
De acordo com o estudo, 28% das empresas estão pouco familiarizadas com a Internet das Coisas e 13% desconhecem a tecnologia, sinalizando claramente a necessidade de uma evangelização sobre o tema para acelerar o desenvolvimento desse mercado no Brasil. Mesmo as que se dizem familiarizadas com a tecnologia não acreditam que ela possa contribuir para o seu negócio. “Muitas citaram que as soluções não são aderentes às necessidades da empresa, afirma Reinaldo Sakis, consultor da IDC Brasil. Tanto que 17% nunca consideraram IoT nas suas estratégias de inovação e 44% não têm planos para implementação nos próximos 12 meses. Por isso, na opinião da IDC,as ofertas de soluções de IoT devem ser trabalhadas de forma mais personalizada.
Entre os fatores inibidores da adoção de IoT estão os altos custos de implementação da solução, mas também a baixa qualidade de infraestrutura de comunicação em muitas cidades do país, baixa capacidade de investimento e pouca capacitação.
Consequentemente, a penetração de IoT no Brasil ainda é muito baixa, comparada com outros países. “Se consideramos que a participação do Brasil no PIB mundial é de 2% e a penetração de TICs no país segue mais ou menos essa mesma proporção, ainda temos muito para crescer no mercado de IoT”, afirma Rafael Steinhauser, Presidente da Qualcomm America Latina.
Apesar de tudo isso, o segmento de IoT já movimenta 3 bilhões de dólares no Brasil, considerando todasa as tecnologias necessárias para a implementação, com predominância hoje nos mercados de automobilismo e agribusiness. Ainda temos muito a crescer no uso de IoT na indústria, no varejo, no mercado de logística.
O segmento de governo pode ser um grande impulsionador de IoT, em projetos de smartgrid e de cidades inteligentes. O interesse dos governos em investir em IoT está na casa de 60%, segundo a IDC Brasil, ressaltando que a pesquisa sobre governo ouviu apenas empresas fornecedoras de tecnologia para órgãos e autarquias. Foram 15 no total.
Fonte: CIO